V
Vi hoje, de minha janela, seis raios caírem numa criança rodando o seu peão. Desde o século XII que não via nada assim. No primeiro raio a criança se tornou um compasso, e o som do trovão acelerou seu peão. No segundo raio o compasso virou uma garrafa de vinho chileno, e o peão rodando repetiu o som do trovão. No terceiro raio o vinho dentro da garrafa evaporou e deu origem num pé de laranjeira, e o trovão que estava atrasado não apareceu. No quarto raio a garrafa e o pé de laranjeira se misturaram e formaram uma poça de lama, e o peão sem muito ânimo pulou junto ao trovão. No quinto raio a poça de lama erodiu em um vulcão, que barulhento demais, nem atenção ao trovão deu, enquanto que o peão, com calor, do vento fez um cobertor. No sexto raio o vulcão que era fumegante se apagou, e um diamante preto apareceu, o peão esperto em seu cobertor inverteu seu giro no trovão, mas morreu de susto quando o terceiro estalo que vinha de longe fez da criança um pedaço de carvão.
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