No fundo quem tem dois se esgota em um só no avesso do
complexo que é adverso e inacabado, porta aberta pro engano e pista de
decolagem do inseguro. Entra no próprio turbilhão de pensamentos e arranca do
espelho o defeito do outro, olha pra dentro do buraco que mais que tudo e antes
de nada não cabe nesse céu, nem em outro céu, nem em todos os céus juntos, nem
num tempo possível. E o que se espreguiça numa manhã tem na noite um ensaio do
inútil, do verme estragado pendurado na orelha, pesando na cabeça e no ombro do
aleijado as dores do anfitrião. E quem morde o próprio nariz entra no circuito
de vez, e a perplexidade da percepção se enrola no imbróglio da mistificação e
nem mais a consciência escapa da armadilha do misterioso e se ancora na
adulação do inexplicável. Quem se esgota no fundo se acha em muitos. O que é
leviano deixa sua cicatriz, no oposto da virtude, consagrado refúgio da dor,
templo de sofrer.
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