Palavra não chega perto do sentimento. Pensar em palavras é uma maldição do humano. Existe infinito dentro de todo mundo, mas palavra nenhuma chega lá, no primitivo, no real.
Pensar em outras línguas te ajuda a perceber isso. Se em cada lugar do mundo um monte de som completamente diferentes foram ganhando significados iguais, a língua não é maior que uma coleção de fonemas. A escrita tenta transcender isso, e a própria língua tenta associar algum som com o abstrato. Amor, angústia, tesão. Eu não acredito na língua, ela me expande para o outro, mas diminui a mim mesmo. Eu acredito no ato e no olho. Tentemos pensar fora das palavras, em realidades maiores, menos lógicas, e chegamos mais perto de momentos legítimos, profundos.
As melhores e mais intensas sensações, sentimentos, situações, experiências que já me ocorreram se enraízam em mim numa relação de lembrança daquelas em que 'não há palavras para descrever'.
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